quarta-feira, 11 de junho de 2014

Memória afetiva

Emoldurei minhas memórias com carinhos vividos, sorrisos, afagos, num quintal com cheiro de terra, doce de figo, chupando a jabuticaba.
Experiências de infância, no pastel do mercado, no pãozinho da Padaria Paris, na balinha de massinha nunca mais vista.
Memória encantada, lembrança de olhares trocados, confidências e sonhos.
O docinho do bar, o barulho da água da mina, o caminhar na linha do trem.
Memórias que não se pode reviver, são frágeis, podem se quebrar.
Lembrei me das brincadeiras nas noites com os vizinhos, amigos ainda crianças.
Das tardes na piscina do clube.
Melancolia, tristeza, saudosismo, até dor nessa viagem se sente. 
Memória que passa a ser conto e canção.
Uma viagem que provoca sensações, que atormenta e fascina.
Mas a memória vai se renovando de tempos em tempos. O que povoava a mente, agora perde espaço para os novos perfumes, paixões e vontades.
Mergulhada na esperança de a cada dia ter novas  memórias vou enovelando a vida, formando um novo acervo, deletando sentimentos ruins e me permitindo lembrar somente do que me faz bem.

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