sexta-feira, 9 de maio de 2014

Mulher ferida

Enfim acordei.
Sentei ao pé da cama, acomodei meus cotovelos, alcancei meu rosto com as mãos, e entendi que no meu silêncio eu ainda estava ferida.
Ainda estava magoada. 

Uma mulher ferida. 

Bem, sou mulher, hormônios a flor da pela, sentimentos que se confundem, às vezes menina, outras mulher, me perco, me acho, sou tudo, sou nada.
Já me encontrei na liberdade, já me encontrei na paixão. Já me encontrei na solidão. No ódio, no medo, na mágoa, no desejo.
Sou uma mulher de verdade, tenho celulites, uns quilos a mais,não sou glamourosa, comum eu diria.
Mulher ferida.
Foi preciso compreender isso para poder chacoalhar minha vida e seguir em frente.
Vida de merda, cheia de falhas, de ideias formadas, escrava dos meus pensamentos. Tola. Sombra. Sombra de mim mesma.

Jogo hoje porta a fora minhas feridas, não quero mais , não quero mais chorar pelas feridas ainda abertas.
As cicatrizes ficaram, mas não quero mais estar ferida. 
Contrariando o tempo, tomo para mim minha vida, esqueço a dor , o passado, e me aproprio do meu presente.
Dona de mim, dos meus encantos.
A maturidade me preenche, me aconselha, me busca.
Mas não deixo morrer a menina em mim.



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