Perder

Pelo caminho fui perdendo,
pessoas, sonhos, amores, sorrisos,
a infância, os doces, as frutas de época,
os cheiros, os sabores,os brinquedos,
as histórias, as horas, os olhares.
Nunca mais aquela boneca,
nunca mais a bolinha de gude,
ou o programa dos Trapalhões,
a TV com aquele botão barulhento, ou o telefone que discava.
Nunca mais, as brincadeiras de rua, sem preocupação nenhuma. As voltas de bicicleta a noite, as brincadeiras de stop com os amigos.
Fui perdendo o riso frouxo, deixando a  inocência ficar pelo caminho.
Perdi um pouco do encanto...
O amor eu fui deixando, foi pelos dedos escorrendo. Quase todo se foi. O que ficou? Só meu amor por mim. Esse é pouco mas verdadeiro.